No dia 07 de maio é comemorado o Dia do Oftalmologista. A dia foi escolhido por ser a data da fundação da Sociedade de Oftalmologia de São Paulo, em 1930. Em 68, foi oficializada como Dia do Oftalmologista no estado de São Paulo e em 1986 em todo o Brasil.
Quer conhecer mais da profissão? Continue a leitura e saiba como é o dia a dia, as principais oportunidades e especialidades.
1) O que é?
O oftalmologista é o médico especialista cuja função é preservar a saúde ocular e estabelecer a melhor visão possível aos pacientes, diagnosticando e tratando patologias nos olhos e seus anexos (clinicamente ou cirurgicamente), promovendo a prevenção de patologias oculares e prescrevendo lentes corretivas para otimizar a visão para longe e perto.
2) Como é o dia a dia?
A rotina dos oftalmologistas é muito variada. Por ser uma especialidade tanto clínica quanto cirúrgica, o oftalmologista pode estabelecer seu dia a dia de acordo com a sua preferência, sendo que, mesmo para os cirurgiões, a rotina de consultório/ambulatório é fundamental. As consultas tem etapas bem definidas, e requerem constante movimentação do médico de um aparelho ao outro. Uma consulta básica consta de:
- Acuidade visual: medida objetiva da visão do paciente.
- Refração: medida do “grau” do paciente, podendo ser realizada de forma automatizada com autorrefrator, ou manual com retinoscópio ou esquiascópio, e depois confirmada de forma subjetiva no refrator de Greens (aquela hora onde perguntamos se é melhor uma lente ou outra).
- Biomicroscopia: que é a observação das estruturas oculares com maior aumento em um aparelho chamado “lâmpada de fenda
- Tonometria: medida da pressão intraocular, realizada com o tonômetro, normalmente acoplado à lâmpada de fenda
- Fundoscopia: exame do fundo de olho, que pode ser com ou sem dilatação da pupila, de três maneiras:
- Com uma lente de 70 ou 90 dioptrias na lâmpada de fenda (biomicroscopia de fundo) com o oftalmoscópio direto ou com o oftalmolscópio indireto (este último, com dilatação da pupila, também conhecido como mapeamento de retina por possibilitar o exame de toda a retina)
Outros exames básicos como avaliação dos reflexos pupilares e senso cromático podem ou não ser realizados de acordo com a indicação de cada paciente. A duração de uma consulta varia muito, tanto pelos quadros (que podem ser simples ou complexos) quanto pela própria condição física do paciente e sua tolerância aos exames.
3) Oportunidades de trabalho:
O oftalmologista tem um leque amplo de opções de trabalho, visto que pode desempenhar somente a parte clínica, se quiser, ou também realizar exames complementares e cirurgias. Pode-se trabalhar para outros colegas ganhando um percentual da produção ou com salário fixo por período, ou ter seu próprio negócio. Quanto a emprego em hospitais, pode-se prestar serviços de parecer e emergência para hospitais privados ou ser contratado de hospital na rede pública, normalmente por concursos ou contratos temporários.
4) Número de especialistas:
Um censo realizado pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) em 2014 revelou que no Brasil atuam 16.395 especialistas, mas como aproximadamente 6% atendem em mais de uma cidade, para efeitos de distribuição pode-se ajustar o número para aproximadamente 17.500 oftalmologistas em todo o território nacional.
5) Curiosidades:
– O investimento médio em aparelhos para montar um consultório básico é de aproximadamente R$60.000,00 (somente em aparelhos). Mas o gasto pode ser muito maior. Como exemplo, alguns aparelhos mais recentes na subespecialidade , retina, podem chegar a perto de R$ 1.000.000,00, e aparelhos cirúrgicos de última geração em cirurgia refrativa, até algumas vezes essa cifra.
– Uma curiosidade não tão boa é que, diferente do que os outros especialistas pensam, a rotina é bem trabalhosa. É verdade que é muito comum não fazer nem depender de plantões na especialidade, mas lidar com um sentido tão importante como a visão é algo por vezes bem intenso psicologicamente. Dar a notícia ao próprio paciente de um prognóstico reservado em relação à visão é uma tarefa árdua. Quando converso com os residentes, por vezes, comparo (em menor proporção, claro) com o difícil papel de comunicar o óbito, mas a diferença é que comunicamos ao próprio paciente. Esse é o nosso “pior momento” e ele não termina, visto que é muito comum o paciente continuar procurando por alternativas a quadros por vezes sem solução possível pelas nossas mãos.
6) Especialidades correlacionadas:
- Reumatologia, com as diversas manifestações oculares em doenças reumatológicas;
- Endocrinologia, com alterações decorrentes de diabetes e doenças da tireoide;
- Geriatria, com a crescente incidência de doenças oculares relacionadas à idade, como a Degeneração Macular e a própria catarata;
- Cardiologia com manifestações oculares da hipertensão arterial sistêmica
7) Área de atuação:
Existem dentro da Oftalmologia diversas sub especialidades, como: córnea, refrativa, plástica ocular, retina, glaucoma, catarata, segmento anterior, doenças externas, lente de contato, estrabismo e uveite. Sem contar ainda com as possíveis ramificações dentro de cada uma delas. Como diria um grande amigo de residência, Dr Jean Fogaça, com sua perspicácia e senso de humor: “A oftalmologia é maior que a própria medicina”.
8) Mensagem para quem quer seguir essa especialidade:
Minha mensagem para o estudante que quer seguir a oftalmologia é suspeita: siga! Mas é importante saber que ela é suspeita pois sou apaixonado pela minha área. Então corrijo minha mensagem: siga, se for apaixonado pela área.
Fonte: https://pebmed.com.br/oftalmologia-especialidade-que-e-maior-do-que-a-propria-medicina/